O cisto hepático simples é a alteração mais comumente encontrada no fígado, com uma prevalência que varia entre 2,5 e 18% da população. Apresenta-se como uma lesão regular, de formato esférico ou oval com conteúdo líquido em seu interior. Seu tamanho pode variar de menos de 1 cm até grandes lesões, com tamanhos que podem atingir 20 cm.
Muitas vezes, o paciente não apresenta qualquer tipo de sintoma e recebe esse diagnóstico durante exame de imagem de rotina como, por exemplo, uma ultrassonografia de abdome. O cisto hepático pode ser único, mas na maioria das vezes o paciente apresenta mais de uma lesão. Raramente há a presença de múltiplos cistos hepáticos, o que pode configurar presença da doença policística hepática. Nesse caso, pode haver também múltiplos cistos renais e esse paciente deverá ser acompanhado por médico especialista.
De forma geral, o cisto simples é assintomático e não necessita de investigação. Se o cisto hepático apresenta algumas alterações, como a presença de septos em seu interior ou algum conteúdo sólido, deverá ser melhor avaliado com tomografia computadorizada ou ressonância do abdome, visto que essas características fazem com que esse cisto seja considerado um cisto complexo.
O cisto simples, em princípio, não tem indicação de abordagem cirúrgica. Em alguns casos, no entanto, pode haver sintomas devido ao efeito de massa, tais como plenitude pós-prandial (sensação de saciedade precoce após alimentação), por compressão gástrica. Esses sintomas só ocorrem quando o cisto apresenta um grande volume. Nesses casos, haverá indicação de procedimento cirúrgico.
A cirurgia para o cisto hepático é chamada de destelhamento hepático e pode ser realizada por videolaparoscopia. Neste procedimento, realiza-se a abertura do cisto com aspiração de seu conteúdo e ressecção de sua cápsula. Esta é enviada para análise histopatológica para confirmar a benignidade da lesão.
